Por Fabiano Peixoto
A recente reunião entre a Associação dos Municípios do Espírito Santo (Amunes) e o Grupo de Atuação Especial de Combate à Fome e de Defesa da Pessoa em Situação de Rua (Gaesfo) do Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES) representa um passo significativo na luta contra a vulnerabilidade social em nossa região, especialmente no litoral sul, com destaque para Marataízes.
O encontro, liderado pelo presidente da Amunes, Luciano Pingo, e pela promotora de Justiça Graziela Argenta Zaneti, concentrou esforços na formulação de políticas públicas eficazes para amparar indivíduos em situação de rua. A iniciativa incluiu a assinatura de um importante convênio entre o MPES e o SENAC, visando qualificar profissionalmente aqueles que mais precisam.
No entanto, é fundamental que essas medidas não se limitem a promessas no papel. Nossa comunidade necessita urgentemente de ações concretas que efetivamente transformem a realidade daqueles que lutam diariamente pela sobrevivência nas ruas.
Durante a solenidade de assinatura do convênio, foram apresentados dados alarmantes sobre a população em situação de rua no Espírito Santo, destacando a concentração significativa na Grande Vitória. Esses números são um lembrete da urgência de uma resposta coordenada e eficaz por parte das autoridades e da sociedade civil.
É também lamentável que, enquanto enfrentamos esses desafios, os deputados estaduais eleitos do sul do Estado continuem ausentes em questões cruciais como a geração de empregos. Ao contrário das regiões metropolitanas e do norte do estado, que têm se beneficiado de incentivos fiscais para atrair indústrias, o sul enfrenta uma lacuna significativa nesse aspecto.
A administração pública de Marataízes, neste cenário, tem um papel crucial a desempenhar. É imperativo que o município não apenas apoie iniciativas estaduais como esta, mas também implemente políticas locais que complementem e ampliem os esforços de inclusão social e econômica. A cooperação entre as esferas municipal, estadual e federal é fundamental para enfrentar os desafios complexos que nossa comunidade enfrenta.
Este cenário sublinha a necessidade de uma ação política mais inclusiva e abrangente, que não apenas responda às necessidades imediatas, mas também promova um desenvolvimento econômico mais equitativo e sustentável em todas as partes do Espírito Santo.
Portanto, enquanto celebramos os passos dados em direção à inclusão e justiça social, é imperativo que continuemos a pressionar por resultados tangíveis e por um compromisso renovado com os mais vulneráveis em nossa sociedade. O sucesso desta iniciativa será medido não apenas pela assinatura de convênios, mas pela melhoria concreta na qualidade de vida daqueles que precisam de nossa solidariedade e apoio.
Artigo de Opinião: Por Fabiano Peixoto (Jornalista, Editor Chefe do Capixaba News).