A contação de história inspirada na história da “Lagarta Zazá” e um Desfile da Beleza Humana, foram os principais instrumentos usados pelos educadores da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Sebastião Albano, na Vila Vicente.
De acordo com a diretora Luzinete de Freitas Cândido Kaiser, cerca de 300 alunos participaram do evento nesta segunda-feira, 21.
“Teve contação de uma história com Janete Cavalcante, pelo Ministério de Contação de História com o tema ‘A Transformação da Lagarta Zazá’ e um desfile que foi batizado de Desfile da Beleza Humana”, descreve a diretora.
A Consciência Negra é comemorada durante todo o mês de novembro, mas o dia 20 – data da morte de Zumbi dos Palmares, líder quilombola que representa a luta dos negros contra a escravidão na época da colonização do País (1530 – 1888) – é considerado o Dia Nacional da consciência Negra.
Inicialmente incluída em 2003 no calendário nacional, a data foi oficializada pela Lei nº 12.519 no ano de 2011.
É uma data de celebração e de conscientização sobre a força, a resistência e o sofrimento que a população negra viveu no Brasil desde a colonização. Durante o período colonial, aproximadamente 4,6 milhões de africanos foram trazidos para o Brasil para servirem na condição de escravos, trabalhando primeiramente em lavouras de cana-de-açúcar e no serviço doméstico, e posteriormente na mineração e em outras lavouras.
A condição de vida dos africanos e dos negros escravizados nascidos no Brasil era extremamente precária. Além de serem submetidos ao trabalho forçado, os escravos eram submetidos a um tratamento degradante e humilhante, não tendo direito a tratamento médico, à educação e a qualquer tipo de assistência social.
Além do tratamento degradante conferido à população negra escravizada no Brasil entre 1536 e 1888 (este último ano data a libertação dos escravos via Lei Áurea), as heranças da escravidão permaneceram. Quando os escravos foram libertos, em 13 de maio de 1888, por meio da promulgação da Lei Áurea, após intensa luta de ativistas abolicionistas do período imperial do Brasil, como o jornalista e advogado negro Luís Gama, a população negra permaneceu sem qualquer tipo de assistência.
Muitos escravos recém libertos permaneceram nas fazendas onde eram cativos por não terem para onde ir. A grande maioria dessa população era analfabeta e não sabia outro ofício, além do trabalho intenso e pesado das lavouras.
A História da Lagarta Zazá
(autor: desconhecido)
Um dia, Deus criou todas as coisas. Ele criou as plantas, as aves, os peixes e também a lagarta.
A nossa história fala de uma lagarta. Vamos imaginar que as plantas, as aves, os peixes e a lagarta conversam entre si.
Esta é a lagarta Zazá. Ela mora num lindo pomar. Um dia, ela saiu para passear e conhecer melhor o lugar onde morava. Ela foi se arrastando e logo viu uma flor tão bonita e resolveu subir em suas pétalas.
Zazá: – Quem é você?
Rosa: – Ai! Ai! Você está me machucando! Eu sou a rainha das flores!
Zazá: – Desculpe-me… já vou descer. É que eu queria ver você de perto. Você é tão bonita… tem um perfume tão delicioso…
Rosa: – Eu sou muito feliz ! Deus me fez assim! Eu posso alegrar as pessoas com a minha beleza e o meu perfume delicioso!
Zazá: – Pois eu sou triste! Queria tanto ser uma rosa igual a você. Mas… Deus me fez assim: uma lagarta verde, gosmenta e horrorosa!
A lagarta Zazá continuou o seu passeio e logo viu uma margarida branquinha. E havia uma abelhinha zumbindo em volta dela. Zazá subiu nas pétalas da margarida e começou a conversar com abelhinha que se chamava Zuzu.
Zazá: – Olá abelhinha Zuzu. Você está sempre voando de flor em flor. Eu gostaria tanto de ser como você e voar de um lado para o outro!
Zuzu: – Eu não fico passeando por ai! Eu trabalho bastante! Eu apanho o néctar das flores para fazer um mel bem gostoso. Deus me fez assim e eu sou feliz assim, porque posso ser útil.
Zazá: – Pois eu sou triste! Queria tanto ser uma abelha e voar igual a você. Mas… Deus me fez assim: uma lagarta verde, gosmenta e horrorosa!
Logo, Zazá ouviu o cântico de um passarinho. Era um belo canário de penas amarelas, laranja e azul e ele se chamava Zezé.
Zazá: – Bom dia canarinho Zezé. Que música linda!!! Você tem cores lindas!!!
Zezé: – Deus me fez assim… e sou feliz desse jeito. Vivo a cantar e voar. E você é feliz?
Zazá: – Pois eu sou triste, muito triste! Eu não posso voar e vivo me rastejando. Minha cor é muito feia, é terrível ser uma lagarta verde, gosmenta e horrorosa!
E assim Zazá foi rastejando e chegou perto de uma plantação de morangos bem vermelhinhos e madurinhos.
Zazá: – Que morangos lindos!!! Hummmmm… Devem estar deliciosos!!!
Morangos: – Olá Zazá… você está com uma carinha tão triste… o que houve???
Zazá nem respondeu. Estava tão triste e infeliz que saiu dali. Ela queria ter uma cor vermelha bonita como o morango. Continuou o seu passeio e chegou perto de um lago e viu Zizi, o peixinho, nadando tranqüilamente.
Zazá: – Oi peixinho Zizi! Você é feliz???
Zizi: – É claro que sou feliz! Deus me fez assim. E você? Não é feliz?
Zazá: – Não eu não sou feliz…
Zazá ia continuar a sua reclamação quando avistou um pintinho que gosta de comer lagartas. Zazá arrastou-se rapidamente até o alto de uma planta, que tinha folhas bem verdinhas.
Zazá: – Essa andança me abriu o apetite e parecem tão deliciosas!!!
Folhas: – Pois é… Deus me fez assim… para que servisse de alimento. Sirva-se Zazá!
Assim Zazá encheu sua barriguinha, mas começou a chover uma chuva bem fria e ela estava ficando toda molhada. Zazá ajeitou-se numa folha e teceu um casulo ao seu redor. Tão escuro e quentinho, que Zazá dormiu e dormiu bastante.
Por fim Zazá acordou e percebeu que o dia estava muito lindo. Zazá se esticou todinha e viu o seu reflexo na poça de água e pensou:
Zazá: – O que aconteceu???
Zazá percebeu que agora não era mais aquele bicho rastejante, mas sim uma linda borboleta colorida, com as cores da rosa, da margarida, do canário e até da folha que comeu.
É… algumas pessoas são como a lagarta Zazá que não são felizes e nem reparam para as coisas boas que Deus fez. Deus criou tudo perfeito.
Um dia, a lagarta teve uma transformação começou uma nova vida. Se você se sente como uma lagarta, lembre-se Deus pode te transformar em uma linda borboleta. Não fique mais se rastejando por aí, mas tenha uma nova vida nas alturas, com Jesus Cristo.
Fonte: Prefeitura Municipal de Barra de São Francisco.
EMEF Sebastião Albano realiza ação pelo Dia Nacional da Consciência Negra