Uma abordagem educacional inovadora, que estimula a criatividade, a autonomia e o pensamento crítico dos estudantes. Assim é a sala maker, espaço montado na Escola Municipal de Ensino Fundamental em Tempo Integral (Emef TI) Izaura Marques da Silva, em Andorinhas, equipada com diversas ferramentas de ensino-aprendizagem.
A sala maker foi apresentada à comunidade escolar na tarde desta terça-feira (12), em cerimônia que contou com a presença do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, do secretário municipal de Educação em exercício, Trajano Ferreira, outros profissionais da Secretaria Municipal de Educação, além de autoridades políticas do município e profissionais da educação de outras escolas da rede de ensino da capital.
“Nossa presença aqui nesta tarde é muito representativa e simbólica. Aqui nós vamos iniciar um projeto que vai ajudar a melhorar a vida das crianças. E quando nós melhoramos a vida das crianças nós estamos melhorando a vida de todas as famílias. Nós queremos trazer alegria, trazer conhecimento para as nossas crianças, pra que elas possam estar no mercado de trabalho, pra que elas possam se desenvolver e pra que nós tenhamos famílias cada vez mais felizes”, disse o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini.
Para o secretário municipal de Educação em exercício, Trajano Ferreira, a instalação da sala maker é importante principalmente para levar para os estudantes a cultura de criação, de mão na massa, que é uma cultura 4.0. ” É trazer o futuro para o presente. Essa questão de cultura maker, de programação, é a linguagem do futuro. Todo mundo, no futuro, vai precisar aprender a ler e a escrever, mas a programação vai ser a linguagem universal”, analisou.
“Trazer esse recurso para Andorinhas, que é um bairro tão necessitado de Vitória, representa muito. Os estudantes poderão ver que eles podem escolher o que eles quiserem. Eles não precisam mais ficar reféns de outras pessoas decidirem a vida deles. Eles vão construir o futuro deles do jeito que eles quiserem. E isso é graças à gestão do Lorenzo Pazolini, que fez um grande investimento em tecnologia na área de educação, trazendo diversas ferramentas tecnológicas para dentro das escolas”, completou Trajano.
Investimento
Com um investimento de R$ 135.000,00, o ambiente vai potencializar a aprendizagem dos 287 estudantes do 1º ao 9º ano matriculados na unidade de ensino. O local conta com uma impressora 3D e uma máquina cortadora a laser, marcenaria para abrigar componentes de kits de robótica LEGO® e outras ferramentas, além de computadores modernos habilitados para acessar plataformas de programação e fabricação digital, games e softwares.
Dentro do valor investido na sala maker estão recursos destinados à compra de cinco kits de robótica LEGO® Spike com duas expansões. De acordo com o fabricante, os kits incluem rodas grandes, marchas de banana, sensor de cor, motor grande, e é voltado para estudantes e professores do 6º ao 8º ano do Ensino Fundamental.
A sala maker funcionará como um “Laboratório Criativo” – nome que os próprios estudantes deram à sala -, baseado na pedagogia Steam (sigla em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática), que é uma abordagem de ensino ativo e multidisciplinar que integra as disciplinas citadas e a consciência ambiental. Nesta abordagem, a interação entre as disciplinas é o ponto central, e por meio dela o aluno participa ativamente do aprendizado ao ser instigado a encontrar soluções.
Assim, o local vai ampliar de forma significativa as possibilidades de aprendizagem, além de propiciar o desenvolvimento de habilidades práticas, como programação e fabricação digital, bem como a capacidade de colaborar e se comunicar de forma eficaz. Na cultura maker, os estudantes colocam em prática o trabalho em equipe, o pensamento crítico, a sustentabilidade, o poder de criação e muitas outras ações.
“A gente começou a idealizar esse projeto junto com toda a equipe em dezembro de 2022. É um projeto importante por trazer outras formas de ensino para a escola e também outras formas de pensar, como o pensamento computacional, como a robótica, o processo educacional realmente voltado para a tecnologia com resultados reais. Já tem um tempo que eu, ainda enquanto professor, pesquisava essa área tecnológica, porque eu sou da área tecnológica também. Então a gente viu essa proposta pro bairro como uma proposta inovadora, principalmente tentando fazer com que esses meninos vislumbrem seus projetos de vida a partir de cada uma dessas novas funcionalidades do mundo virtual”, explicou o diretor da Emef TI Izaura Marques da Silva, Ivan Lana.
A criação da sala maker é uma iniciativa da Secretaria de Educação de Vitória (Seme), com investimento feito via repasse ao Conselho de Escola. A pasta tem realizado investimentos expressivos em tecnologia para potencializar a aprendizagem na rede municipal de ensino. Por meio do programa Conecta VIX, em 2022 foram investidos R$ 70 milhões em equipamentos, entre notebooks, novos computadores desktop, tablets e plataformas TiX Letramento.
Projeto FIRST®LEGO® League
É também na sala maker que acontecem, uma vez por semana, as atividades do programa de robótica FIRST®LEGO® League, competição entre escolas públicas em que a Emef TI Izaura Marques da Silva foi selecionada para participar, por meio de um chamamento público, juntamente com outras três unidades de ensino de Vitória.
Estão no programa 20 estudantes do 1º ano do Ensino Fundamental, divididos em cinco grupos de quatro estudantes. Na temporada SUPERPOWERED da FIRST® LEGO® League Discover – categoria em que a escola está participando-, os estudantes exploram conceitos relacionados à energia, colocando em prática suas ideias de como é possível tornar o consumo, a distribuição ou a geração de energia mais sustentáveis. Eles utilizam peças de LEGO® com elementos Steam para cumprir desafios relacionados ao tema da temporada.
À medida que as crianças trabalham juntas para completar desafios e projetos relacionados à ciência e à tecnologia, elas aprendem a colaborar, compartilhar ideias e encontrar soluções criativas. Além disso, o FIRST® LEGO® League Discover – SUPERPOWERED introduz as crianças ao mundo da ciência, tecnologia, engenharia, arte e matemática de uma maneira divertida e envolvente. Isso pode inspirar um interesse duradouro por essas áreas, incentivando as crianças a explorarem carreiras futuras em campos relacionados à tecnologia.
A escola recebeu cinco kits FIRST® LEGO® League Discover – SUPERPOWERED para que os estudantes participassem da competição e deve seguir criteriosamente o edital do chamamento público feito pelo Instituto Positivo, Disney, Lego Foundation Dow e First. Ao longo da temporada, os estudantes participantes realizam uma sequência de atividades propostas no chamado Caderno de Engenharia.
Além disso, os professores que acompanham os trabalhos recebem o Guia de Encontro de Equipes, que orienta cada uma das atividades. Ao final do projeto, marcado para o dia 25 de setembro, as crianças e estudantes irão expor todas as evoluções ao longo da temporada e apresentar os resultados em um evento de celebração, com data ainda a ser definida.
Robótica sustentável
Também é na sala de maker que se desenvolve o projeto “A robótica sustentável”, orientado pela professora Andressa Oliveira. O projeto que tem o objetivo de analisar de que forma a robótica sustentável pode ser utilizada como ferramenta de ensino-aprendizagem, foi um dos dez selecionados no programa Pibic Jr 2023, da Companhia de Desenvolvimento, Turismo e Inovação de Vitória (CDTIV).
Por meio do Fundo de Apoio à Ciência, Inovação e Tecnologia (Facitec), o Pibic Jr disponibilizou bolsa para os estudantes Joanderson Rocha Reis, do 9º ano, Jhonata Pitangui Dos Santos e Rafael da Silva Wernek, do 8º ano, Monyque Rosa Da Silva, do 7º ano, e Yngrid Rosa dos Santos, também do 7º ano. Dentre as diversas possibilidades do projeto, os educandos irão desenvolver competências para resolução de problemas, cultura maker e criatividade, além de criar ações sustentáveis que possibilitem a preservação do meio ambiente e uma conscientização da população do bairro em que vivem sobre a destinação correta do lixo que por eles são produzidos.
Novidade na educação: Escola em Tempo Integral de Andorinhas inaugura sala maker