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domingo, abril 20, 2025
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Opinião: O Show Não Pode Continuar – Uma década de descaso em Marataízes

Ao longo de dez anos, a administração do prefeito Tininho Batista em Marataízes revelou para a população que, ao contrário do lema de sua campanha que fala em “continuidade”, o município carece de uma mudança urgente. Inspirado na metáfora da música “O Show Tem Que Continuar”, do grupo Fundo de Quintal, o cenário da gestão pública em Marataízes está longe do otimismo da canção. Enquanto a música fala de perseverança em meio a desafios, o governo de Tininho parece ter perdido completamente o compasso e o propósito.

Sob o comando de Tininho, ironicamente apelidado de “rei da Roça” ou “rei de Canaã”, e outros, sempre com alusão ao “império”, Marataízes afundou em desmandos e falta de investimentos estruturantes. Com um orçamento milionário de R$ 1,2 milhão por dia e um total de R$ 1,5 bilhão de royalties de petróleo arrecadados em seus 10 anos de governo, seu legado é marcado por obras faraônicas, caras, malplanejadas e sempre atrasadas.

Os sinais de má gestão são numerosos: uma das piores taxas de investimento per capita em saúde e educação no estado, perdendo até para Piúma; o abandono completo do saneamento básico, com esgoto a céu aberto e falta de água tratada, especialmente na região rural sul; e o rombo de R$ 90 milhões nas contas públicas em 2023, além das contas rejeitadas em 2017, 2018, 2019, 2020, 2021 e, recentemente, em 2023 pelo Tribunal de Contas, o que só agrava o cenário de irresponsabilidade fiscal que será herdado pelo próximo gestor. Além disso, a administração de Tininho é alvo de inúmeras investigações e operações da Polícia Federal, do Ministério Público e do NUROC, lançando uma nuvem de desconfiança sobre o uso do dinheiro público.

Enquanto os servidores efetivos do município enfrentam baixos salários, muitos abaixo do mínimo, e passam anos sem revisão salarial digna, os comissionados, leais ao prefeito, são recompensados com salários exorbitantes e gratificações absurdas — os famosos “amigos do rei”. O desrespeito é tamanho que há relatos de servidores comissionados que nem aparecem para trabalhar, usando veículos públicos para fins pessoais, como o caso de um servidor multado na BR-101, no Rio de Janeiro, em plena viagem particular. Também há registros de uso indevido de veículos oficiais, como o flagrante de uma família utilizando um carro da Prefeitura de Marataízes para assistir ao show “Enaldinho, o Mistério do Circo”, e o caso de um veículo no Paraguai. Acrescenta-se a isso os altos custos com aluguéis de imóveis desnecessários espalhados pelo município e a nomeação de fichas sujas em cargos estratégicos, entre outros.

Diante de tantos absurdos, o projeto de continuidade que o prefeito tenta empurrar com seu sucessor é apenas uma tentativa de perpetuar um modelo falido e prejudicial. Enquanto Marataízes afunda em descaso e má gestão, Tininho e seus aliados se esforçam para manter o controle da prefeitura, utilizando a máquina pública para seu benefício pessoal, além de ameaças e perseguições aos servidores e estagiários.

Se na música do Fundo de Quintal “o show tem que continuar”, em Marataízes, esse espetáculo de incompetência precisa chegar ao fim. O que está em jogo não é apenas a sucessão política, mas o futuro de uma cidade que, por 10 anos, viu suas oportunidades serem desperdiçadas em uma gestão desastrosa. O show, como está, não pode continuar. É o que mais tenho ouvido pelas ruas da cidade!

Por Fabiano Peixoto – Jornalista – Editor Chefe do Capixaba News

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