Por Fabiano Peixoto
No último dia 28 de março de 2025, o prefeito de Marataízes, Toninho Bitencourt, assinou a ordem de serviço para a retomada das obras de drenagem e pavimentação no bairro Filemon Tenório. A cerimônia contou com a presença de secretários municipais, incluindo o secretário de Obras e Urbanismo, Rodrigo Lugão, além de representantes da empresa A. L. Construtora Eireli, do fiscal do contrato, dos vereadores Cleverson Maia e Hudson Paz (Tataco) e de moradores da região. Entre os presentes, destacava-se o proprietário do Supermercado Boi nos Aires, um dos empresários locais afetados pelos recorrentes alagamentos.
Em seu discurso, o prefeito destacou a importância da obra para a infraestrutura urbana e para a qualidade de vida dos moradores, ressaltando que, apesar dos transtornos temporários, os benefícios serão duradouros. “Sabemos que toda obra causa incômodos, mas peço a compreensão dos moradores. O resultado final trará mais dignidade e segurança para todos”, afirmou Bitencourt.
Os moradores da Rua Tomé de Souza Machado, no bairro Filemon Tenório, manifestaram alívio e expectativa com a retomada do projeto. Muitos relataram prejuízos materiais e transtornos causados pelos constantes alagamentos. “A cada chuva forte, minha casa é invadida pela água. Já perdi móveis incontáveis ao longo dos anos. A esperança é que agora essa situação seja resolvida de vez”, afirmou uma moradora.
Durante o evento, o representante da A. L. Construtora Eireli afirmou que o atraso ocorreu devido às sucessivas ausências de pagamento à empresa contratada para a execução da obra.
Obra acumula atrasos
A retomada dos trabalhos ocorre após sucessivos atrasos. Em 26 de abril de 2022, o então prefeito Robertino Batista, o Tininho, assinou a ordem de serviço para a execução das obras de drenagem, esgotamento sanitário e pavimentação no bairro Filemon Tenório, com um investimento de R$ 10.178.472,24 provenientes dos royalties do petróleo. O prazo original de conclusão era de 18 meses, mas, ao final deste mês de abril de 2025, a obra completa três anos sem ser entregue.
O atraso gerou frustração na comunidade, que há década espera uma solução definitiva para os problemas da região. Além disso, a gestão anterior enfrentou dificuldades financeiras, incluindo um déficit de R$ 90 milhões nas contas municipais em 2023. O Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo (TCE-ES) recomendou a rejeição das contas de Tininho, apontando irregularidades no uso dos recursos do Fundo Especial dos Royalties naquele ano. Essas irregularidades (2017, 2018, 2019, 2020, 2021, 2022 e 2023) contribuíram para um déficit que, nos anos subsequentes, já ultrapassa R$ 120 milhões nas contas municipais, resultando em sucessivas rejeições das contas de Tininho.
