Por Fabiano Peixoto
O ex-prefeito de Marataízes, Robertino Batista da Silva, o Tininho (PSB), está no centro de uma nova polêmica. Ele é acusado em denúncia de mentir publicamente ao afirmar que estaria atuando na Casa dos Municípios, ligada à Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales-ES), como integrante de um grupo de “Arranjos Produtivos”. A declaração, feita em pelo menos duas entrevistas a uma rádio local, contrasta com os registros oficiais da própria Ales-ES.
Segundo dados obtidos junto à Assembleia, Tininho está formalmente nomeado como assessor júnior de secretaria, com carga horária de 40 horas semanais, jornada diária de 8h, batendo ponto regularmente, com salário de R$ 3.688,13, além de receber R$ 1.949,45 de auxílio-alimentação e auxílio-saúde. A função exige presença física e dedicação exclusiva no expediente.
As falas do ex-prefeito, ao tentar justificar ausências do trabalho, podem configurar não apenas descumprimento das atribuições do cargo, como também o uso indevido da estrutura pública. A alegação de atuação em um posto inexistente pode gerar embaraços institucionais para a Ales-ES e para os responsáveis pela fiscalização da frequência de servidores.
A denúncia lança dúvidas sobre a conduta funcional de Tininho e poderá ter desdobramentos administrativos, a depender da apuração interna na Assembleia. O caso também reacende o debate sobre a transparência no uso de cargos comissionados por figuras públicas, especialmente aquelas com histórico político ativo.